Eram cinco horas de viagem da capital em uma estrada estreita de mão dupla, esburacada e com pouca iluminação. Casas de barro, teto de palha e dentro luz fraca amarelada. A luz chegou nas casas entre 2010 e 2013. Fiquei sabendo disso porque um amigo esteve aqui em 2013 e disse que ainda tinha placas na estrada, provavelmente mais caras que as lâmpadas, onde se divulgava o programa do governo que trouxe luz para a região.
Finalmente chegamos. Ficamos em um hotel razoável. De lá fomos para os passeios. A paisagem era de uma beleza singular e o Sol aparentava ser outra estrela, mais amarela e brilhante. Quando o Sol se pôs as pessoas aplaudiram o espetáculo.
Retornando para a cidade vimos pessoas andando de moto sem capacete, apenas um hospital e um posto de saúde. Pesquisamos na Internet e descobrimos que aquele município era um dos piores do estado no quesito saúde. A maioria das pessoas não tem nem a educação básica completa. A principal renda vem do turismo, comércio e serviços públicos.
Pela manhã fomos fazer o passeio no rio. O guia nos contou sobre os mangues de onde retiravam os caranguejos, a quantidade de peixes que havia no rio, o palmito, as bananeiras. Falou sobre o cultivo de feijão, milho, melancia e mandioca. Fiquei impressionada.  Virei para meu marido e disse:
- É, a natureza foi muito generosa com eles...
- Pena que as pessoas nem tanto...